Cidades Incapazes

Cássio Eduardo Viana Hissa, Carla Wstane

Resumo


A cidade carrega consigo muitas definições. Isso se dá não apenas porque há cidades de todas as espécies, mas, também, porque há cidades nos interiores da cidade. A cidade é o mais expressivo dos lugares que, por sua vez, são expressões de mundo. O mundo se realiza nos lugares e a cidade é o mundo a se expressar de modo mais intenso. A cidade é desenhada através de artes de fazer. No entanto, a cidade moderna, globalizada, é a expressão de um mundo bipartido. Assim, a cidade moderna, predominantemente a do desencontro e do desfazer — a cidade do descarte imediato —, poderá ser compreendida como a expressão contraditória e dialética, de um lado, de mundos hegemônicos de racionalidade e, de outro, de fazeres de arte: mundos que se negam e existem, também, em virtude dessa negação. A cidade moderna é o lugar das pressas interrogadas, nos seus interiores, pelas cidades incapazes, a dos homens lentos. As cidades incapazes são os lugares da indignação, do desejo de transformação, da incompletude assumida que, paradoxalmente, se estende à medida que vai se reproduzindo a arte de viver.

Palavras-chave


cidades; escrita da cidade; cidade e literatura; escrita INKZ; cidades incapazes.

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DOI: https://doi.org/10.22409/geographia.v11i21.282

Niterói: UFF, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geografia,1999 – Quadrimestral - ISSN 15177793 (eletrônico). Os conteúdos da Revista GEOgraphia estão licenciados em CC BY.
 
 

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