Cidades Incapazes
Resumo
A cidade carrega consigo muitas definições. Isso se dá não
apenas porque há cidades de todas as espécies, mas, também, porque há
cidades nos interiores da cidade. A cidade é o mais expressivo dos
lugares que, por sua vez, são expressões de mundo. O mundo se realiza
nos lugares e a cidade é o mundo a se expressar de modo mais intenso. A
cidade é desenhada através de artes de fazer. No entanto, a cidade
moderna, globalizada, é a expressão de um mundo bipartido. Assim, a
cidade moderna, predominantemente a do desencontro e do desfazer — a
cidade do descarte imediato —, poderá ser compreendida como a expressão
contraditória e dialética, de um lado, de mundos hegemônicos de
racionalidade e, de outro, de fazeres de arte: mundos que se negam e
existem, também, em virtude dessa negação. A cidade moderna é o lugar
das pressas interrogadas, nos seus interiores, pelas cidades incapazes, a dos homens lentos. As cidades incapazes
são os lugares da indignação, do desejo de transformação, da
incompletude assumida que, paradoxalmente, se estende à medida que vai
se reproduzindo a arte de viver.
Palavras-chave
cidades; escrita da cidade; cidade e literatura; escrita INKZ; cidades incapazes.
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.22409/geographia.v11i21.282
Niterói:
UFF, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em
Geografia,1999 – Quadrimestral - ISSN 15177793 (eletrônico). Os
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GEOgraphia - Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense