ESPAÇO E TRIBALISMO: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DO UNIVERSO ESCOLAR
Resumo
De acordo com Maffesoli, vivemos um tempo marcado pela
tribalização das relações sociais. Ao criticar a consideração de que a
sociedade ocidentalizada caminha para uma individualização, este autor
mostra que cada vez mais, a constituição de grupos afetuais, cimentados
pela partilha de uma estética comum, caracteriza nossa sociedade. A
escola é uma expressão desse processo. O convívio dos grupos/tribos no
interior da escola provoca uma ressignificação de seu espaço, sendo que o
cotidiano vivido dentro e próximo da escola torna-se o monumento que
ressemantiza o espaço escolar, podendo ser visto agora enquanto um
espaço de representação. O espaço de representação, a partir de uma
abordagem que o considera uma síntese entre os mundos material, social e
simbólico, revela-se como uma ferramenta de compreensão do mundo
consensual, banal. É nesta esfera que a vida acontece e torna-se
inteligível. Esta “potência subterrânea” que é a socialidade
contemporânea, utilizando-se das palavras de Maffesoli, que resiste às
grandes ideologias coletivas que homogeneizam a vida social, emerge,
justamente, no espaço de representação. Ele é o espaço das
possibilidades das relações sociais, o local onde as direções são
estabelecidas e onde, em comum, o mundo passa a ser sentido. A escola,
dessa forma, adquire significados que são produtos das relações sociais
processadas num contexto de tribalização das interações, tornando-se
expressão da cultura desses novos tempo e espaço.
Palavras-chave
Geografia; escola; tribalização; espaço de representação.
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/geografar.v6i2.20934
Revista Geografar ISSN: 1981-089X



