O jacaré e o estreito de Bering: etnogeografias e diálogos interculturais no ensino.
Resumo
O artigo objetiva apresentar uma proposta de ensino de Geografia
sobre migrações ancestrais e ocupação do continente americano, atenta às
diretrizes da lei 11645/2008 e que utiliza, como recurso didático,
narrativas de tradição oral de povos indígenas do Acre. Inspiram-nos as
proposições teórico-metodológicas de Santos (2007) e sua defesa por uma
ecologia e diálogo de saberes, e de Claval (1999, 2006) e suas
contribuições para a definição do campo etnogeográfico. Este trabalho
foi construído a partir de uma pesquisa bibliográfica e documental, e é
também parte dos resultados de um projeto de extensão universitária
desenvolvido em escolas de Rio Branco, Acre, onde a proposta de ensino
foi aplicada. A analogia da narrativa sobre “o jacaré que serviu de
ponte”, contada entre os povos Katukina e Huni Kuin, com a teoria do
Estreito de Bering sobre a ocupação do continente americano, já foi
apontada pelos professores indígenas em ACRE (2002). Este artigo vem
corroborar a ideia de que as narrativas de tradição oral podem ser
tratadas como explicações para fenômenos socioespaciais, e possuem um
grande potencial como recurso didático em aulas de Geografia atentas à
pluralidade epistêmica e cultural dos conhecimentos socioespaciais.
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Revista Presença Geográfica (RPGeo): ISSN 2446-6646