Aspectos socioambientais e vetores da doença chagas em assentamentos de reforma agrária no município de Uberlândia (MG), Brasil / SOCIO-ENVIRONMENTAL ASPECTS AND VECTORS OF CHAGAS DISEASE IN LAND REFORM SETTLEMENT IN THE MUNICIPALITY OF UBERLÂNDIA (MG), BRAZIL

Paulo Henrique Batista, Samuel do Carmo Lima

Resumo


Buscou-se identificar neste trabalho as condições propícias à domiciliação de vetores da doença de Chagas nos treze Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária (PAs) no município de Uberlândia (MG), sob a ótica da Geografia Médica, analisando-se as condições socioeconômicas e ambientais. Teórico-metodologicamente este estudo fundamenta-se no complexo patogênico. Além da pesquisa bibliográfica, realizaram-se trabalhos de campo, quando se aplicou questionários e descreveu-se a paisagem. Os dados foram tabulados através do Excel® e o mapeamento dos PAs realizado com o ArcGis 9.0. Pôde-se constatar que a produção alimentar é, mormente, realizada para a subsistência, com baixa utilização de agrotóxicos. Na maioria dos lotes há criação de animais domésticos e 95% dos entrevistados diz avistar ou perceber animais silvestres. Em geral, a renda mensal familiar não excede dois salários mínimos. Grande parte das moradias está inacabada. Para o “fogão caipira, os remanescentes de vegetação nativa fornecem 60% de todo o combustível, a lenha, o que pode proporcionar a domiciliação de vetores da doença, que têm em troncos secos ecótopos naturais. Foram capturados triatomíneos em 6 moradias próximas a remanescentes de vegetação nativa. Não se têm ações de vigilância entomológica nos PAs, sendo raros aqueles moradores que saberiam como proceder, caso encontrassem um triatomíneo. Conclui-se que, sem a implementação de políticas públicas específicas, os PAs em Uberlândia podem representar, em breve, espaços de domiciliação de triatomíneos e de transmissão vetorial da doença de Chagas.

Palavras-chave


triatomíneos, doença de Chagas, assentamentos de reforma agrária

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