Aspectos socioambientais e vetores da doença chagas em assentamentos de reforma agrária no município de Uberlândia (MG), Brasil / SOCIO-ENVIRONMENTAL ASPECTS AND VECTORS OF CHAGAS DISEASE IN LAND REFORM SETTLEMENT IN THE MUNICIPALITY OF UBERLÂNDIA (MG), BRAZIL
Resumo
Buscou-se identificar neste trabalho as condições propícias à
domiciliação de vetores da doença de Chagas nos treze Projetos de
Assentamentos de Reforma Agrária (PAs) no município de Uberlândia (MG),
sob a ótica da Geografia Médica, analisando-se as condições
socioeconômicas e ambientais. Teórico-metodologicamente este estudo
fundamenta-se no complexo patogênico. Além da pesquisa bibliográfica,
realizaram-se trabalhos de campo, quando se aplicou questionários e
descreveu-se a paisagem. Os dados foram tabulados através do Excel® e o
mapeamento dos PAs realizado com o ArcGis 9.0. Pôde-se constatar que a
produção alimentar é, mormente, realizada para a subsistência, com baixa
utilização de agrotóxicos. Na maioria dos lotes há criação de animais
domésticos e 95% dos entrevistados diz avistar ou perceber animais
silvestres. Em geral, a renda mensal familiar não excede dois salários
mínimos. Grande parte das moradias está inacabada. Para o “fogão
caipira, os remanescentes de vegetação nativa fornecem 60% de todo o
combustível, a lenha, o que pode proporcionar a domiciliação de vetores
da doença, que têm em troncos secos ecótopos naturais. Foram capturados
triatomíneos em 6 moradias próximas a remanescentes de vegetação nativa.
Não se têm ações de vigilância entomológica nos PAs, sendo raros
aqueles moradores que saberiam como proceder, caso encontrassem um
triatomíneo. Conclui-se que, sem a implementação de políticas públicas
específicas, os PAs em Uberlândia podem representar, em breve, espaços
de domiciliação de triatomíneos e de transmissão vetorial da doença de
Chagas.
Palavras-chave
triatomíneos, doença de Chagas, assentamentos de reforma agrária
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