Mística e resistência na fronteira

Tarcísio Vanderlinde, Juliane Vanderlinde

Resumo

A construção da Hidrelétrica de Itaipu, no oeste do Paraná, gerou inúmeros protestos entre os agricultores pela indenização de suas propriedades que vieram a ser alagadas. Movimentos mediados por entidades religiosas, entre as quais a Igreja Católica e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), foram decisivos no sentido de mitigar os impactos sofridos pelos agricultores em decorrência da construção da barragem. A mística, amparada por fragmentos dos textos bíblicos, serve como inspiração e motivação aos camponeses na luta pela terra. No conflito de Itaipu, a mediação mística adquire uma característica impactante tendo em vista a cultura dos atingidos pela construção da barragem. As metáforas construídas a partir de contextos do Velho Testamento são ressemantizadas nas lutas dos movimentos sociais na contemporaneidade. Um quarto de século após o conflito, a mística do movimento retorna como reminiscência em forma de celebração litúrgica denominada Romaria da Terra.

Palavras-chave

Mística; Resistência; Romaria da Terra; Itaipu.

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