O presente artigo se propõe a trazer aprofundamento à discussão das
regionalizações propostas para Minas Gerais entre os séculos XVIII e
XIX através da apresentação de uma nova, com base em elementos do espaço
geográfico dotados de alta resiliência que, à época, eram capazes de
ditar a configuração espacial das relações humanas. Para tanto, são
consideradas as diversas contribuições da Geografia para a categoria de
análise Região, com o intuito de atribuir à regionalização proposta
certo grau de transtemporalidade. Metodologicamente, a regionalização
baseou-se em três premissas: 1) grandes rios em trechos de maior largura
podem separar espaços regionais; 2) interflúvios de grandes bacias são
bons demarcadores de espaços regionais vizinhos, e; 3) o traçado das
principais estradas do século XIX é indicativo das forças relacionais
internas e externas às regiões. O resultado final expõe nove
macrorregiões de Minas Gerais para o período de 1800 a 1950 em que, de
um modo geral, permite entrever um eixo norte-sul, da Bahia ao Rio de
Janeiro, com várias centralidades postadas na confluência das bacias do
Velhas, Doce e Grande, capaz de articular as duas grandes centralidades
urbanas que exerciam forte influência no Brasil imperial, a capital e a
ex-capital do país.