“CAMPESINATO COMO ORDEM MORAL”: (RE)VISITANDO CLÁSSICOS E (RE)PENSANDO A ECONOMIA CAMPONESA ("peasantry as moral order": (re)visiting classics and (re)thinking about the peasant economy)
Resumo
Este artigo analisa o campesinato para além da sua dimensão
econômica, ressaltando as fundamentais dimensões moral e social
constitutivas da economia camponesa. Tem-se, para tanto, como fio
condutor da argumentação, a compreensão de que as categorias terra e
família são fundamentais para agregar complexidade e possibilitar
entendimentos sobre a dinâmica camponesa. Entretanto, estas categorias,
terra e família, também precisam ser entendidas para além da sua
dimensão econômica. A reflexão em curso elucida algumas divergências
entre diferentes abordagens do campesinato, principalmente aquelas
relacionadas à economia camponesa. Ao mesmo tempo, a mesma literatura,
quando utilizada à luz de outros autores vinculados a outras vertentes
analíticas, sugere novas reflexões acerca da moral camponesa. Assim, a
economia camponesa, como parte de uma ordem moral, está imbricada no
conjunto das relações interpessoais dos grupos sociais. Esta imersão do
econômico no social, e vice-versa, em busca da reprodução de valores,
como o valor-Terra e o valor-Família, se configura como uma distinção da
economia camponesa. As relações sociais que marcam a economia estão
sempre cercadas de construções simbólicas que servem para explicá-las,
justificá-las e regulá-las.
Palavras-chave
campesinato, economia camponesa, terra, família, dádiva.
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INDEXAÇÕES E BASES BIBLIOGRÁFICAS