EXPANSÃO DO AGROHIDRONEGÓCIO CANAVIEIRO NO PONTAL DO PARANAPANEMA E IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE DOS ASSENTADOS
Resumo
O Pontal do Paranapanema é um território composto por terras
devolutas e griladas fonte de disputas entre latifundiários, grupos
empresariais do agrohidronegócio canavieiro e movimentos de luta pela
reforma agrária. O processo recente de expansão da atividade
sucroalcooleira na região levou ao “cercamento”, pelos canaviais, dos
assentamentos ali existentes. Como consequência desse processo os
assentados denunciam a ocorrência de intoxicação da população e
prejuízos na produção pela aplicação de agrotóxicos por via aérea.
Quando a renda obtida no lote é insuficiente para a reprodução familiar e
para o melhoramento da atividade agrícola desenvolvida, os assentados
buscam emprego no setor canavieiro. Como atualmente o processo de
colheita da cana encontra-se em fase avançada de mecanização, eles podem
atuar nas mais variadas funções: como tratoristas, operadores de
colhedeiras, motoristas, dentre outros. Esse artigo visa compreender
algumas repercussões da expansão do agrohidronegócio canavieiro na
produção e na saúde das famílias assentadas que vivem praticamente
“cercadas” pela monocultura na região do Pontal de Paranapanema e
demonstrar como a forma de inserção dos trabalhadores em novas funções
do processo produtivo canavieiro pode contribuir para seu adoecimento.
Para tanto se utilizou a pesquisa bibliográfica, a análise do conteúdo
de entrevistas realizadas pela equipe do Centro de Estudos sobre
Trabalho Ambiente e Saúde (CETAS) e o exemplo de caso de um trabalhador
assentado agregado1, que já passou por inúmeras experiências de trabalho
no setor canavieiro.
Palavras-chave
agrohidronegócio canavieiro; processo saúde-doença; assentamentos rurais; Pontal do Paranapanema.
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2017v11n2.36701
ISSN: 1982-3878




