Este trabalho tem suas origens em uma pesquisa doutoral, em andamento, situada no campo do Ensino de Geografia e busca contribuir com algumas reflexões acerca do ensino desse componente curricular nos Anos Iniciais de escolarização, a partir de um olhar que se volta para os sujeitos alvo do processo de ensino. O desenho infantil, compreendido como uma linguagem muito presente na infância soma-se a um caro conceito da Geografia: a paisagem, como possibilidade para encaminhar o ensino de temas da Geografia com crianças escolares. Aqui, realizamos apontamentos que versam sobre componentes físico-naturais, mas que podem ser ampliados para outros temas tratados pela Geografia. Para tanto, buscamos estabelecer diálogos entre os campos da Infância, da Geografia da Infância e do Ensino de Geografia. Aportados, sobretudo, nos referenciais teóricos dos seguintes autores: Vigotski (2009), Cavalcanti (2013, 2012), Callai (2013, 2014), Morais (2011,2013), Marques (2006), Miranda (2005) e Lopes (2008, 2009, 2017). O trabalho se ancora nos pressupostos da pesquisa qualitativa do tipo participante e apresenta o uso de desenhos infantis como valiosa estratégia metodológica de pesquisa e de ensino. Se por um lado, é essencial que os conhecimentos historicamente sistematizados, como os da ciência geográfica, sejam apropriados pelos sujeitos histórico-culturais em seu processo de humanização, por outro, torna-se imprescindível considerar nesse processo as especificidades dos sujeitos. Nessa linha, consideramos que a articulação entre o desenho e o conceito de paisagem apontam indícios de contribuição a construção de conhecimentos relacionados ao ensino e a aprendizagem de componentes físico-naturais como relevo e vegetação.