Mulher rima com dor? Algumas considerações sobre a nação do prazer “masculino” e do sofrimento “feminino”. DOI: 10.5212/Rlagg.v.3.i1.085093

Verônica Daminelli Fernandes

Resumo


Este trabalho procura pensar o imaginário brasileiro que se apropriou do mito da mulher indígena para fundar não apenas o país enquanto território novo, mas também hierarquizou as mulheres dentro de um nacionalismo mitológico que impele a sexualidade “feminina”. Simbolicamente reduzida aos olhos masculinos, a nativa indígena é metáfora da terra nova a ser desvirginada, possuída, nomeada e experimentada de acordo com os desejos masculinos, figurando como propriedade primitiva e erotizada. Na declarada pseudo-neutralidade das tradições do país do prazer, aquilo que queremos mostrar é a aceitação inconsciente das mulheres ao sofrimento artificial imposto, alinhando-se à uma “natureza ideal da brasileira” que as essencializa no seu desejo de ser desejada custe o que custar.

Palavras-chave


nacionalismo, hierarquia de gênero, consumo feminino

Texto completo:

PDF


 

Revista Latino-americana de Geografia e Gênero  - UEPG
Fone: +55 (42) - 3220 - 3046
E-mail: generogeo@gmail.com