Mulher rima com dor? Algumas considerações sobre a nação do prazer “masculino” e do sofrimento “feminino”. DOI: 10.5212/Rlagg.v.3.i1.085093
Resumo
Este trabalho procura pensar o imaginário brasileiro que se
apropriou do mito da mulher indígena para fundar não apenas o país
enquanto território novo, mas também hierarquizou as mulheres dentro de
um nacionalismo mitológico que impele a sexualidade “feminina”.
Simbolicamente reduzida aos olhos masculinos, a nativa indígena é
metáfora da terra nova a ser desvirginada, possuída, nomeada e
experimentada de acordo com os desejos masculinos, figurando como
propriedade primitiva e erotizada. Na declarada pseudo-neutralidade das
tradições do país do prazer, aquilo que queremos mostrar é a aceitação
inconsciente das mulheres ao sofrimento artificial imposto, alinhando-se
à uma “natureza ideal da brasileira” que as essencializa no seu desejo
de ser desejada custe o que custar.
Palavras-chave
nacionalismo, hierarquia de gênero, consumo feminino
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Revista Latino-americana de Geografia e Gênero - UEPG
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