PARADIGMAS DO PLANEJAMENTO TERRITORIAL Cartografias da Desigualdade em São Paulo
Resumo
O conhecimento do território do Estado de São Paulo, espaço
complexo que apresenta enormes desafios para abordagem científica e
planejamento territorial, exige cartografia temática especializada. As
análises territoriais apoiadas em mapas produzidos com suficiente rigor
técnico e científico promovem maior conhecimento dos usos do território e
dos circuitos espaciais que o caracterizam. Os planejadores,
servindo-se desses conhecimentos, podem elaborar novas regionalizações
como instrumentos para execução de políticas de Estado, pois os mapas
oferecem novos subsídios para orientar a ação política na organização
que se deseja para o espaço geográfico. A partir dessas premissas, foram
analisados os mapas da série Caracterização do Território Paulista, da
Fundação SEADE, instituição de Governo do estado de São Paulo. A análise
desses mapas a partir de teorias da Geografia e Cartografia buscou
reconhecer o conceito de território que orientou a produção cartográfica
SEADE, e refletir sobre as possibilidades de uso dessa cartografia
pelos planejadores. A coerência entre teoria e práxis permite elaborar
hipóteses sobre a eficácia do planejamento territorial das políticas de
Estado, e dos instrumentos que o Governo paulista dispõe para orientar
políticas e minimizar as desigualdades socioespaciais do Estado de São
Paulo. Na atualidade esta coerência é bastante questionável devido ao
atraso da cartografia produzida e disponibilizada pelos órgãos de
Governo, pela ausência de um conceito científico de território e pela
visão do planejamento apenas como um instrumento técnico, e não como uma
prática política.