As classes sociais e o empresariamento na produção da Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo (Brasil)
Resumo
As “jornadas de junho” de 2013, ciclo de protestos no Brasil que
nasceu ligado à pauta pela revogação do aumento das tarifas do
transporte coletivo, escancararam o inferno que se tornou o deslocamento
nas grandes cidades brasileiras. Chama a atenção a situação da
metrópole paulista – centro da economia brasileira –, devido à extensão
de seu crescimento urbano horizontal, que impõe enormes desafios à
mobilidade. Assim, dada a relevância que as discussões sobre transporte
coletivo urbano assumem na metrópole, dedicamo-nos a pesquisar a
formação sócio-espacial de suas linhas de metrô, a fim de compreender as
transformações em seus traçados e seu papel na modelação do espaço
urbano. Em nosso artigo, propomo-nos a analisar o longo processo de
criação da Linha 4-Amarela a partir de seus projetos. Integrando cinco
linhas do Metrô (existentes e em implantação) e três linhas da Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos, essa Linha é responsável pela
formação de uma “rede” de metrô na região metropolitana, conectando o
centro velho da capital à Avenida Paulista e ao “centro Berrini”.
Discutiremos as variações em seu traçados, desde os estudos de 1968
realizados pelo consórcio teuto-brasileiro Hochtief-Montreal-Deconsult
até o plano executivo mais recente levado a cabo pelos consórcios
construtores. Apresentaremos as transformações nos projetos, procurando
desvendar as intencionalidades por trás de cada um deles – e aqui
verificamos que o neoliberalismo representou uma enorme inflexão no
ritmo de expansão da rede e que negociações entre o Metrô e investidores
(em Honk Kong, por exemplo) ditaram o traçado da Linha 4-Amarela.
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