O ENSINO DE GEOGRAFIA PAUTADO NAS FRAGILIDADES SOCIOAMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICAS DE ÁREAS DE OCORRÊNCIA DA DESERTIFICAÇÃO NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: 21 ANOS DO PROJETO PLANTAR

Josimar Araújo Medeiros

Resumo


A Geografia tem como objetivo mostrar ao aluno que cidadania é também o sentimento de pertencimento a uma realidade em que as relações sociedade e natureza constituem um todo integrado do qual ele é membro participante. O presente trabalho objetivou descrever, analisar e contribuir com a replicação do projeto plantar (PP) experiência desenvolvida como parte das aulas de Geografia, na E. E. Professor Raimundo Silvino da Costa (EEPRSC), desde 1998. As atividades são iniciadas com discussões em sala de aula referente às questões socioambientais globais e locais e a apresentação do projeto. Na etapa seguinte são coletadas embalagens plásticas para preparo do canteiro de mudas. O material usado é composto por uma mistura de barro, areia e esterco bovino. A rega diária das mudas é realizada pelos alunos. São 21 anos de atividades. O número de alunos que tem passado pelo PP é da ordem de 1800. São produzidas cerca de 400 mudas/ano. Parte das mudas são plantadas pelos alunos. O excedente é doado à comunidade. A área não construída e o entorno da EEPRSC transformou-se numa área verde com a presença de 134 plantas distribuídas em 31 espécies. A experiência deixa evidente que a escola pode ser o espaço onde a Geografia converte-se na produção de saberes que fazem da transformação do espaço vivido pelos educandos o objeto catalisador dos seus pensamentos e ações. A capilaridade do PP retrata a relevância de atividades capazes de aproximar o aluno da sua realidade imediata.

Palavras-chave


Educação Ambiental. Desertificação. Zona Seca. Ensino. Geografia.

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DOI: https://doi.org/10.33237/geotemas.v9i3.3959

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