O ENSINO SECUNDÁRIO NO ANTIGO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (1931-1942): UMA BREVE ANÁLISE DA EXCLUSÃO ESCOLAR E ESPACIAL
Resumo
Este artigo se propõe a revelar parte dos resultados de nossa pesquisa de mestrado, descortinando um processo de exclusão escolar que, enquanto geógrafos, devemos enxergar espacialmente. É importante perceber que a Geografia pode ser cara às análises em (História da) Educação. O antigo estado do Rio de Janeiro contava com apenas duas instituições públicas de ensino secundário, o Liceu Nilo Peçanha, localizado em Niterói, antiga capital do estado, e o Liceu de Humanidades de Campos. Todas as outras instituições eram privadas, o que, invariavelmente, repelia boa parte da população. Diante disso, apresentamos, em um plano inicial, a necessidade de instituições de ensino serem vistas como objetos espaciais, tomando o conceito de objeto espacial de Milton Santos (2008a). Embora, na História da Educação, escolas, colégios e liceus sejam analisados espacialmente, isso se dá considerando apenas suas dimensões internas, sem o estabelecimento de um vínculo com outros objetos. No caso da Geografia, ainda temos um tímido processo de uma análise espacial mais ampla envolvendo instituições de ensino. Feito isso, cabe apresentar a distribuição das instituições de ensino secundário no estado do Rio, considerando as instituições públicas e privadas. Tal investigação foi realizada a partir da contextualização do antigo estado do Rio de Janeiro, além da análise documental, com grande destaque para o jornal O Fluminense. Além do jornal, utilizamos os expedientes da época, além de mapas escolares. Acreditamos que esse processo histórico pode ser espacialmente analisado, além de supormos que a exclusão escolar é, também, uma exclusão socioespacial.