Qual o critério para legitimar o uso de bens culturais? Interpretando memórias, territorialidades e cotidiano nos largos do núcleo original da Freguesia do Ó – São Paulo
Resumo
A partir da interpretação dos conteúdos de entrevistas
qualitativas concedidas por frequentadores dos Largos Nossa Senhora do Ó
e Matriz Velha (SP), recorte espacial da pesquisa realizada, localizado
no Núcleo Original da Freguesia do Ó e tombado pelo CONPRESP,
realizamos uma análise dos usos econômicos e sociais atuais desses
largos, diante da urbanização de São Paulo, da condição socioeconômica
da população em seu entorno e da atratividade que esses largos
representam aos visitantes de outros bairros. Essas entrevistas e o
trabalho de campo subsidiaram a nossa análise sobre os valores
atribuídos aos bens culturais pelos grupos sociais. Tratando-se de
espaço público, espaço dos conflitos pelo uso, nossa proposta neste
artigo é debater como o conteúdo desses relatos toma as questões
socioeconômicas como critério e, com isso, deslegitima outros usos dos
bens culturais. Considerando que o relato sobre o cotidiano envolve o
exercício de lembranças recentes e pretéritas, propusemos interpretar o
modo como a memória se imbrica e é reconstruída, frente às novas
dinâmicas socioespaciais.
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