Resumo
O presente artigo se propõe a discutir a intersecção entre temas
relacionados à cultura, educação e Geografia, pensando os ditos
populares como dispositivos didáticos a serem utilizados nas aulas de
Geografia. A cultura, a qual abarca múltiplos conhecimentos, inclusive a
sabedoria popular, possui inúmeras definições, constituindo-se através
da relação entre homem e natureza. Ao adquirir esse repertório cultural,
os seres humanos se utilizam das formas de comunicação, como a
oralidade, para transmiti-lo, o que inclui os ditos populares como meio
de aquisição de saberes necessários à sobrevivência e também como
instrumento de resistência frente ao mundo globalizado. Nesse contexto,
ao pensar as formas e as razões do fazer educativo, encontram-se
diversos espaços em que a educação pode se efetivar, mas levando em
consideração a centralidade da instituição escolar como responsável por
esse processo, constata-se a exclusão da sabedoria popular do conjunto
de conhecimentos que são transmitidos através das disciplinas que compõe
o currículo escolar. Por isso defendemos o uso do saber popular em sala
de aula, principalmente nas aulas de Geografia, pensando o ensino de
forma plural, interdisciplinar e multilinguístico, porém sem advogar em
favor da supremacia de um tipo de conhecimento em detrimento de outros.