Desenvolvimento Desigual e Planejamento Regional no Brasil
Resumo
Por que planejar em uma formação socioespacial periférica, como o Brasil? Caso se considere o planejamento como um instrumento que deva favorecer um alinhamento ao capital, uma hipótese reza: planeja-se para reduzir as incertezas do capital no processo de sua valorização. Se, contudo, se considerar o planejamento como um instrumento à disposição das populações para que atenue as desigualdades socioespaciais e atenda às necessidades e aos interesses, individuais e coletivos, outra hipótese reza: planeja-se para controlar o capital na sua tendência à extração ilimitada de recursos da natureza e energia vital dos seres humanos no processo de sua valorização. O propósito deste texto, então, é analisar o planejamento regional no Brasil, uma formação social periférica, submetida à lógica do desenvolvimento desigual do capital, a partir do confronto das duas hipóteses referidas. As evidências indicam que o planejamento regional – enquanto instrumento para controlar o capital na sua irrefreável tendência à extração de recursos da natureza e de energia vital dos seres humanos – permanece indisponível, no Brasil, às coletividades que dele se beneficiariam se fosse orientado à diminuição das desigualdades socioespaciais e ao atendimento das necessidades e dos interesses individuais e coletivos.
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R. Paranaense Desenv. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, Curitiba, PR, Brasil, ISSN 2236-5567 (online) e ISSN 0556-6916 (impresso) - revista@ipardes.pr.gov.br
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