ECO-HISTÓRIA DA PAISAGEM
Resumo
Abrir a história das paisagens rurais por um quadro geográfico é
supor o problema ecológico resolvido. É mumificar um espaço
artificialmente estabilizado no tempo e delimitar no espaço; senão
falsificar, ao menos embaraçar de pressupostos a análise das relações
históricas entre as comunidades do campo e os meios físicos, é
finalmente congelar o movimento da natureza e da história, quando o que
se precisa é colocá-lo em evidência. A evolução histórica das paisagens,
regra geral, é negligenciada pelos ecologistas - pouco familiarizados
com os fatos e os documentos históricos -; pelos historiadores que, com
raríssimas exceções, não interpretam os documentos relativos ao meio
"natural", e pelos geomorfólogos, que enfatizam mais o conhecimento dos
meios quaternários em detrimento da dinâmica atual das paisagens, ou
seja, ignoram o período histórico. O espaço rural é uma criação humana
permanente, que depende não somente das populações campesinas que o
cultivam e que nele vivem, mas também de uma parte da burguesia urbana
que detém o domínio político e imobiliário. Mas o espaço rural não
existe fora das condições naturais. Ele é uma realidade ecológica
Palavras-chave
Eco-história; paisagem rural; determinismo; possibilismo; sociedade; natureza
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PDF (baixadoDOI: http://dx.doi.org/10.4025/bolgeogr.v15i1.12880
ISSN 2176-4786 (on-line) e-mail: dge-boletim@uem.br