CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NAS FAVELAS E A TRANSFORMAÇÃO DE “CONSUMIDORES EM CLIENTES”

Francesca Pilo'

Resumo


O processo de regularização de acesso aos serviços de energia elétrica em aglomerados informais é frequentemente descrito como uma “transformação de consumidores em clientes” (USAID, 2009). Na maior parte dos casos, tal transformação consiste em implementar medidas de redução das perdas comerciais e redefinir a relação comercial através de medidas técnicas, comerciais e de eficiência energética. Dentro do contexto das transformações políticas nas favelas do Rio de Janeiro onde foram instaladas as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), este artigo explora o processo de regularização da energia elétrica, concentrando-se nos aspectos das ações de eficiência energética implementadas pela companhia de distribuição do serviço, a Light. O objetivo principal deste artigo é mostrar como esta forma de reconfiguração de infraestrutura é implementada através de lógicas comerciais que, por sua vez, têm consequências na maneira como as medidas de economia de energia são promovidas. Inicialmente o artigo apresenta dois diferentes corpus de literatura cuja articulação permite uma compreensão da relação entre infraestrutura, práticas de consumo e políticas públicas de eficiência energética. Em seguida, o artigo propõe uma análise das ferramentas usadas pela companhia e das percepções das famílias. O artigo argumenta que as medidas adotadas pela companhia de distribuição de eletricidade aparecem para enfraquecer a compreensão dos consumidores sobre seu próprio consumo. O artigo destaca então alguns limites de uma abordagem comercial para a economia de energia e as contradições de sua política.

 


Palavras-chave


Favelas. Eficiência energética. Infraestrutura. Práticas de consumo. Consumidor. Cliente.

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DOI: https://doi.org/10.22409/geographia.v18i38.1054

Niterói: UFF, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geografia,1999 – Quadrimestral - ISSN 15177793 (eletrônico). Os conteúdos da Revista GEOgraphia estão licenciados em CC BY.
 
 

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