GeoPUC - Revista da Pós-Graduação em Geografia da PUC-Rio

Resumo Partindo da máxima determinada por Cosgrove (1998) de que “a geografia está em toda parte”, propomos uma discussão e reflexão sobre as relações cotidianas, que foram e são constantemente “naturalizadas”, que são tomadas, compreendidas e repassadas diariamente de modo muitas vezes inconsciente e que, na verdade, são dotadas de intencionalidades, interesses, construções históricas que se mesclam, se camuflam nas paisagens sendo praticamente impossível sua identificação, nos valemos da noção primordial de que nada é natural, tudo é construído. Tendo isso por base, nos debruçamos sobre uma análise do conceito de paisagem, suas dificuldades, potencialidades e virtualidades, seguindo para uma lógica mais complexa das contradições e intencionalidades por trás desse conceito, incluindo as paisagens ditas dominantes e excluídas. Nessas últimas elencamos a paisagem feminina, partindo para uma reflexão acerca das categorias gênero, trabalho e mulher. Por fim, como tentativa de observação, propomos uma aproximação do trabalho desenvolvido por um grupo de mulheres em uma cooperativa artesanal (COOPAROCA) que funciona na favela da Rocinha – RJ. Palavras-chave: paisagem; gênero; mulher; trabalho.

Abstract Starting from Cosgrove’s maxim (1998) that determines that ‘Geography is everywhere’, we propose a discussion and refletion about daily life relationships, which were and are constantly ‘naturalised’, which are daily processed, understood and reproduced frequently in an unconscious way and which, to be true, are embedded with intentionalities, interests, historical conceptions that are mixed and camouflaged in the landscapes, being almost impossible their identification, we serve ourselves from the prime notion of nothing being natural and everything being constructed. Having this as a basis, we depart to an analysis of the concept of landscape, its difficulties, potentialities and virtualities, going on to a more complex logic of the contradictions and intentionalities behind this concept, including the so-called dominant and excluded landscapes. Among the latter, we elect the feminine landscape, proceding to a reflection about the categories gender,labour and woman. For last, as an attempt of observation, we propose an approach of the work developed by a group of women in a craftwork cooperative (COOPA-ROCA) functioning in Favela da Rocinha – Rio de Janeiro, RJ, Brazil. Keywords: : : landscape; gender; woman; labour.

PAISAGEM, GÊNERO, MULHER E TRABALHO: Uma tentativa de reflexão, aproximação e observação