CORPOREIDADE NEGRA E ESPAÇO PÚBLICO EM GOIÁS: A CONGADA DE CATALÃO (GO)
Resumo
Resumo: O espaço público no Brasil é marcado pelas diferenças
sociais, étnico-raciais, de gênero, faixa etária e outras, constituindo
por vezes territorialidades fixas ou transitórias. A corporeidade,
também diferenciada por condição social, pertencimento étnico-racial,
gênero, faixa etária, torna-se um elemento central nessa observação do
processo de apropriação do espaço. Este artigo focaliza a relação entre
corporeidade negra e espaço público na congada de Catalão, vista
enquanto ritual do catolicismo afro-brasileiro realizado em meio à Festa
de Nossa Senhora do Rosário. A partir das últimas décadas a geografia
passa a se interessar pela complexidade e especificidades das
diferenciações culturais no espaço. Em princípio, os espaços públicos
devem ser locais nos quais os direitos de todos deveriam ser iguais, mas
a população negra brasileira por trazer em seu corpo toda uma
trajetória de racismo não vivencia estes espaços da mesma maneira que a
população branca. Na festa de Nossa Senhora do Rosário a população negra
através de sua corporeidade demarca um território que se expressa pelo
meio de uma territorialidade. Desta forma podemos considerar que a
congada não é somente uma manifestação religiosa, mas também uma
expressão da cultura brasileira e negra na qual se observam relações de
poder. Palavras-chave: Espaço público. População negra. Corporeidade.
Território.